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O fígado é primeiro órgão alvo da toxicidade do clorofórmio. Este composto é, predominantemente, metabolizado no fígado, via citocromo P450, levando à produção de metabolitos tóxicos, nomeadamente o fosgénio, como visto anteriormente. Quando a formação de metabolitos tóxicos excede a capacidade de destoxificação do fígado pela glutationa (GSH), devido à sua depleção, a via que leva à formação de aductos com os fosfolípidos prevalece e, como consequência, ocorre necrose dos hepatócitos.

Para além disso, também se desenvolve esteatose hepática, decorrente da formação de radicais livres. Na presença do radical diclorometilo ocorre a indução do dano oxidativo, assistindo-se assim ao fenómeno de peroxidação lipídica, para além da formação de aductos com os fosfolípidos.
Todos estes processos em conjunto levam à
falência hepática

[8,15]

O rim constitui outro órgão alvo da toxicidade do clorofórmio. Neste caso, o fosgénio, metabolito resultante da bioativação do clorofórmio, apresenta nefrotoxicidade. Este composto tem a capacidade de se ligar covalentemente às proteínas dos túbulos proximais, formando aductos, o que pode ter como consequência falência renal

[16]

Em casos de intoxicações agudas por clorofórmio é administrada N-acetilcisteína. Ao ser desacetilado, este tripéptido produz L-cisteína, um aminoácido indispensável para a síntese de glutationa (GSH). 

Apesar do principal mecanismo de destoxificação se caracterizar pelo aumento dos níveis de glutationa, um destoxificante natural, existem outros mecanismos. A N-acetilcisteína exerce também uma ação antioxidante direta, na medida em que possui um grupo tiol (SH) livre, capaz de interagir diretamente com grupos eletrofílicos de radicais oxidantes, eliminando-os.

E agora

O que fazer em caso de intoxicações agudas

Há antídoto

N-acetilcisteína

oxicologia

[7, 17]

[7] Dell'Aglio DM, Sutter ME, Schwartz MD, Koch DD, Algren DA, Morgan BW. Acute chloroform ingestion successfully treated with intravenously administered N-acetylcysteine. Journal of medical toxicology : official journal of the American College of Medical Toxicology. 2010;6(2):143-6

[8] Lionte C. Lethal complications after poisoning with chloroform--case report and literature review. Human & experimental toxicology. 2010;29(7):615-22.

[15] Malaguarnera G, Cataudella E, Giordano M, Nunnari G, Chisari G, Malaguarnera M. Toxic hepatitis in occupational exposure to solvents. World journal of gastroenterology. 2012;18(22):2756-66.

[16] Fang C, Behr M, Xie F, Lu S, Doret M, Luo H, et al. Mechanism of chloroform-induced renal toxicity: non-involvement of hepatic cytochrome P450-dependent metabolism. Toxicology and applied pharmacology. 2008;227(1):48-55.

[17] Folheto informativo: Concentrado para solução para perfusão Acetilcisteína. Disponível em: <http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=3550&tipo_doc=fi>. Acesso em: 24 maio. 2016.

Em casos de exposição aguda ao Clorofórmio ligue para o:

Centro de Informação Antivenenos (CIAV)

Número de emergência médica

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