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Via cutânea e ocular

CASO CLÍNICO

Embora pouco frequentes, a maior parte dos casos reportados de exposição dérmica ao clorofórmio, tratam-se de exposições acidentais.

Foi reportado o caso de um homem de 39 anos que, em 2014, utilizou clorofórmio na lavagem da sua mota de água.

 

Durante todo o processo utilizou luvas e mascara de proteção e manteve a porta da garagem aberta. No entanto, derramou acidentalmente 100ml de clorofórmio sobre o seu ombro direito, tendo esta exposição dérmica durado aproximadamente 30 minutos.

 

A zona da pele que contactou diretamente com o clorofórmio encontrava-se queimada e a descamar, contudo indolor. Três dias após o paciente queixou-se de náuseas, vómitos e mal-estar, encontrando-se ictérico. Os exames médicos revelaram esteatose.

Este caso alerta para a possibilidade de ocorrer toxicidade a nível sistémico, para além das consequências diretas da exposição dérmica prolongada ao clorofórmio, a nível cutâneo.

[11]

O Clorofórmio pode ser absorvido através da pele e a sua exposição prolongada pode resultar em toxicidade severa, como descrito na secção "Via inalatória".

A exposição cutânea causa irritação e rubor no local de contacto, sendo que o contacto prolongado pode resultar em queimaduras e dermatites.

O contacto direto do clorofórmio com os olhos pode causar dor imediata, lacrimejo e vermelhidão da conjuntiva. O epitélio corneal geralmente fica lesado, no entanto rapidamente é regenerado, voltando ao normal dentro de 1 a 3 dias.

Figure 3 - Queimadura química no ombro direito, após exposição dérmica ao clorofórmio.

[3]

[3] Chloroform Toxicological overview. Disponível em: <https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/338535/Chloroform_Toxicological_Overview.pdf>. Acesso em: 14 maio. 2016.

[11] Vlad IA, Armstrong J, Gault A. A painless burn: systemic toxicity after dermal exposure to chloroform. Emergency medicine Australasia : EMA. 2014;26(6):648-9.

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo 2015/2016 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP.
 

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