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Via oral

CASOS CLÍNICOS

A exposição por via oral assiste-se, principalmente, em casos acidentais ou de suicídio.

 

Foi reportado o caso de uma mulher de 20 anos que, em 2005, deu entrada no serviço de urgência, inconsciente, após ter ingerido 100ml de clorofórmio uma hora antes, com o propósito de se suicidar. 

 

Os sinais vitais da paciente revelaram: pressão arterial de 100/80 mmHg, depressão respiratória e uma temperatura retal de 36,2ºC. O exame neurológico revelou que a paciente se encontrava num coma profundo. As suas pupilas encontravam-se dilatadas e não reativas à luz. A paciente foi intubada e mecanicamente ventilada.

 

Ao terceiro dia após a ingestão observou-se um aumento dos níveis das enzimas hepáticas, cujo pico foi atingido ao quinto dia (o que revela uma deterioração da função hepática) e que retomaram ao normal 6 semanas depois, sem registo de complicações.

 

A dose letal mínima de clorofórmio por ingestão é 30ml. Neste caso, a paciente ingeriu uma grande quantidade de clorofórmio, 100ml, tendo experienciado uma hepatotoxicidade tardia sem complicações maiores.

[10]

Foi também reportado o caso de um homem de 19 anos que, em 2010, foi encontrado inconsciente no seu carro, ao lado de uma carta de suicídio e de uma garrafa de clorofórmio (a qual teria sida comprada via Internet).

A ingestão de 75 mL de clorofórmio conduziu este paciente a um quadro clínico semelhante ao caso anterior.

[7]

 A inalação do clorofórmio pode causar toxicidade severa aguda, apresentando sintomas como os descritos anteriormente na secção "Toxicologia".

Os efeitos locais decorrentes da ingestão de clorofórmio incluem irritação gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vómitos e diarreia. Existem diferenças inter-individuais consideráveis na susceptibilidade ao clorofórmio decorrente da sua ingestão. No entanto, foi reportado que a ingestão de 7,5 g de clorofórmio provocaria sintomas graves, enquanto que 45 g seria, em média, a dose fatal.

[3]

[3] Chloroform Toxicological overview. Disponível em: <https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/338535/Chloroform_Toxicological_Overview.pdf>. Acesso em: 14 maio. 2016.

[7] Dell'Aglio DM, Sutter ME, Schwartz MD, Koch DD, Algren DA, Morgan BW. Acute chloroform ingestion successfully treated with intravenously administered N-acetylcysteine. Journal of medical toxicology : official journal of the American College of Medical Toxicology. 2010;6(2):143-6

[10] Choi SH, Lee SW, Hong YS, Kim SJ, Moon SW, Moon JD. Diagnostic radiopacity and hepatotoxicity following chloroform ingestion: a case report. Emergency medicine journal : EMJ. 2006;23(5):394-5.

Figure 2 - Recipientes contendo clorofórmio

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano letivo 2015/2016 do Curso de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião (remiao@ff.up.pt) do Laboratório de Toxicologia da FFUP.
 

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